O outro vocábulo significa o modo de ser, o comportamento, que resulta da repetição dos atos, enfim, é uma constante que manifesta os hábitos e os atos do indivíduo.
Quando o ethos começa a surgir no mundo antigo, era concebido a partir de um modelo cósmico. Apenas com Heráclito de Éfeso (540 a.C – 470 a.C) que o ethos começaria a sofrer uma mudança: deixaria de ser baseado no dóxa (opinião) e passaria a ser baseado no logos (razão). Sabe-se que na época os fatos eram explicados pelo mito, e não pela razão, algo que se torna ainda mais evidente se observarmos a primeira referencia de Heráclito ao Logos: “Os homens são obtusos em relação ao ser do Logos, tanto antes como depois que ouviram falar dele; e não parecem conhecê-lo, ainda que tudo aconteça segundo o Logos.”
Mas o grande iniciador da ética é Sócrates (470 a.C – 399 a.C), ele concebe a virtude como a mais importante das coisas. A partir deste ponto, inicia-se uma tentativa de racionalizar a conduta, já que a partir do momento que se institui a razão, passamos a buscar o “porque” das coisas. Não interessa mais apenas cumprir a lei, mas saber o sentido da mesma.
A partir do momento que o homem passa a questionar o mito e enxergar à luz da razão, pode-se dizer que nasce a filosofia. O homem passa a buscar as respostas no próprio homem, e estas respostas vão gerando cada vez mais perguntas. As respostas dadas pelo mito agora não fazem mais sentido nenhum para o homem, apenas aquelas provenientes da razão.
Surge então o filósofo, aquele que busca concretizar o saber, na verdade, busca concretizar a virtude, que é o bem moral, intelectual e social, porque é ela que dá sentido às coisas.
Este é o advento de um novo modo de vida, julgado pela razão, onde se busca concretizar os valores morais e as virtudes, enfim, um modo de vida regido pelo ethos.
Best regards
Jadson
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