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A ética na nudez

Hoje em dia a nudez está em toda parte, principalmente na televisão. Muitas pessoas a acham um tanto vulgar, mas apesar desse preconceito, a nudez pode usada como forma de arte ou protesto, podendo protestar por causas humanitárias. A nudez tornou-se uma manifestação de liberdade vencedora no mundo atual, entretanto, a muito pouco tempo atrás foi motivo de grandes discussões e altamente contestada, principalmente pelos atores e atrizes.

A nudez não é um assunto simples, pois ela aparece nas primeiras páginas da Bíblia e de outros textos fundadores da civilização, quase sempre tendo estreita ligação com vergonha e fragilidade, contudo, não se pode dizer que essas sempre tenham sido as conseqüências da nudez: ao longo da história, em diferentes contextos, o corpo despido também expressou orgulho, desafio e liberdade. Mas quando a nudez é aceitável, quando é ofensiva, e quem decide isso?

A questão é que, cada cultura em cada era tem sua própria etiqueta e suas formalidades, pruridos somem e reaparecem tempos depois, essa é uma das graças da civilização. Aqui no Brasil, por exemplo, no carnaval ninguém está realmente nu enquanto estiver coberto com algum elemento alegórico, e o regulamento das escolas de samba do Rio de Janeiro é um eloqüente exemplo de das sutilezas envolvidas nas definições da nudez: um destaque pode desfilar com o corpo todo à mostra. Mas se deixar cair o tapa-sexo, comete uma falta grave e a escola pode perder pontos.

Sem esquecer também que na história da arte, obras-primas universais foram objeto de censura em diferentes épocas, como a Vênus de Milo, que incorpora o ideal de beleza feminina da antiga Grécia que já foi alvo de repúdio. Em meados do século XIX, a Vênus de Milo foi objeto de um processo num tribunal alemão e “condenado” como imoral. Vários tipos de justificativa são apresentados quando uma obra de arte com figuras nuas é censurada, do mais simples pudor até as teorias mais complicadas.

Um argumento clássico é o de que o “nu artístico”, ao contrário do “nu vulgar”, não causa sensações carnais no espectador, como disse o crítico inglês Kenneth Clark “se um nu deixa de despertar no espectador um vestígio de sentimento erótico, por menor que seja, ele não é apenas arte ruim como falsa moral”, escreveu Clark. Mais tarde, a crítica americana Camille Paglia sustentou que a grande arte não se mistura apenas ao erotismo, mas, em certas ocasiões, também à pornografia.

Já na segunda metade do século XX, surgiu um novo fenômeno com movimentos hippie e beatnik: a nudez em forma de protesto social, nos anos 80 esses protestos passaram a fazer parte do repertório de entidades humanas e influenciaram até atualmente. Um exemplo recente é a chamada “Naked Charity” (caridade nua). Todos os anos, pelo menos 100 calendários beneficentes com pessoas nuas são lançados nos Estados Unidos e na Europa, para ajudar menores e carentes, pesquisas de combate ao câncer ou desabrigados por desastres naturais.

A atração pelo nu é explorada ainda pelo fotógrafo americano Spencer Tunick, que roda o mundo fotografando grupos de pessoas peladas, em 2002, ele conseguiu atrair 400 voluntários nus no parque do Ibirapuera em São Paulo. Algum tempo atrás, levou uma legião aos Alpes suíços para protestar contra o aquecimento global.

Mas o que causa esse efeito negativo na sociedade é a confusão do nu com a pornografia, como o caso no tribunal da vitória de Larry Flynt, dono da revista pornográfica Hustler, em processo movido por um pastor alvo de uma paródia sórdida, em que perdia a virgindade com sua mãe.

O verdadeiro limite que pode haver para a nudez em sociedades como a americana ou a brasileira, é colocar certas restrições para impedir que conteúdos de pornografia circulem em qualquer lugar ou atinja as crianças, pois a exibição de conteúdo erótico na televisão e em outros lugares podem influenciá-las e no futuro causar danos irrecuperáveis.

Guilherme Barnabé

(Fonte: Revista Veja: "A ética da nudez - Dezembro/2008 - Edição nº 2090"

Durante este mês O Eticida publicará uma série de artigos referentes a ética nos meios de comunicação, um meio poderoso capaz de atingir todas as camadas sociais. Esperamos que estes artigos ajudem aos nossos leitores compreender o perigo que sonda muito sagazmente nossas casas, através de um simples click ou toque do controle remoto. Não percam!

6 comentários:

Unknown disse...

acheei muito legal os artigos, principalmente as tirinhas ironicas!!
Parabéns =)

Unknown disse...

Muito interessante a matéria do Barnabé... Até que ponto a nudez deixa de ser arte e torna-se pornografia? Essa é uma discussão que deveria de fato ser colocada em vigor nos meios de comunicação. Parabéns!
Ah, e o Harry é gay!!! :P

Mores Civitas disse...

Eu não sou gay...

Luiz Felipe "Harry"

PS: comentário é para coisa séria, não para esse tipo de brincadeira...

Unknown disse...

Muito boa a materia.. principalmente a diferenciação do nu artístico e da pornografia.. Parabens Barnabé!

Harryégay sim!

Mores Civitas disse...

vamos parar com a graça...
alguém da minha família pode entrar no blog e vai ficar feio pra mim...

Luiz Felipe "Harry"

Unknown disse...

fico feliz que tenham gostado,fiz o melhor para sair uma boa matéria.Barnabé.
Ah e o harry é.....







......um cara legal

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