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"Jeitinho brasileiro"

Abordando um pouco mais sobre o tema política, decidi fazer uma reflexão sobre o chamado "jeitinho brasileiro" e a Lei de Gérson aquela que defende que "o importante é obter vantagem em tudo", ambos podemos relacionar à vergonhosa situação de nossa política, que por sinal, ocorre desde a conquista do país pelos portugueses.

Dizia Maquiavel no Absolutismo monárquico: “Os fins justificam os meios”, e a população vivendo à margem da sociedade, cria ter o rei como representante divino, segundo teorias de Hobbes e Bossuet. Desta forma, o alcance do objetivo está acima de qualquer valor ético, pois, a importância está na conquista do desejo. No Brasil esse pensamento é difundido desde sua conquista, e evolui continuamente até tempos hodiernos. Assim sendo, é correto comparar algo, muitas vezes, considerado singelo, como o “jeitinho brasileiro” à corrupção de políticos, por exemplo?

O caráter e a honestidade são valores preservados ou não por cada indivíduo e são fortificados através do alicerce familiar. Desta forma, o roubo de dinheiro dos cofres públicos é semelhante ao furto cotidiano ou a um suborno qualquer, já que em ambos há a ausência desses valores. Um político que utiliza de atos ilícitos para vencer ou que pratica o nepotismo é tão repugnante quanto aquele que aceita trocar seu voto por uma ajuda qualquer. O fato é que, a população, em geral, se acostumou a questionar o outro, sem, porém, preocupar-se com seus próprios atos, e, assim, acabamos por perder a voz ativa de cidadão e nos adaptamos com o errado, que passa a ser algo costumeiro em nosso cotidiano.

Esse vício, porém, não é algo prematuro, mas como já dito, evoluído. Durante o Império, o voto censitário e o autoritarismo minavam a maioria da população, na República Velha, o voto-de-cabresto e a política do café-com-leite dominavam, depois, o período militar, e, finalmente, uma “democracia oligárquica”, na qual a igualdade só é lembrada após conhecer-se quem é o interlocutor.

Não somos apenas o país do futebol, do Carnaval ou do “jeitinho”. A herança deixada ao longo de nossa história política inda é crônica, porém, podemos extinguir esse mal. A tentativa de criar uma identidade nacional na primeira geração de nosso Romantismo apenas adaptou o europeu às nossas raízes. Desta forma, já passou do momento de darmos um basta para a “exceção” que acreditamos ser cada um e vivermos numa sociedade realmente igualitária e associada ao caráter e honestidade do brasileiro.

Espero que tenham gostado!

Saudações "eticidas"

Paulo

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